O folar da Páscoa Pingo Doce é confeccionado com todo o rigor e qualidade. Segundo a tradição, primeiro, amassa-se a farinha com o fermento e o sal e deixa-se repousar, durante algum tempo. Em seguida, juntam-se os restantes ingredientes: ovos, canela, manteiga, erva-doce e novamente farinha. Depois de novo repouso, moldam-se e pincelam-se os folares com gema de ovo. É tempo de ir ao forno, crescer e dourar.

Mas como terá começado esta tradição?

Reza a lenda…

… que uma jovem, de nome Mariana, pediu tanto a Santa Catarina para casar cedo que logo surgiram dois pretendentes: um lavrador pobre, Amaro, e um fidalgo rico, que não tardaram a pressioná-la para tomar uma decisão. No Domingo de Ramos seguinte, aflita com a notícia de que o lavrador e o fidalgo travavam uma luta de morte, Mariana voltaria a pedir o auxílio da santa para fazer a melhor escolha, que recaiu em Amaro.

Atormentada pela possibilidade de o fidalgo poder matar Amaro no dia do casamento, Mariana foi pôr flores no altar de Santa Catarina. Mas, quando regressou a casa, foi surpreendida com um bolo com ovos inteiros em cima da mesa, rodeado por flores iguais às que tinha oferecido à santa. Correu para casa de Amaro, que lhe contou ter recebido um igual. Juntos, foram ter com o fidalgo, que também tinha sido presenteado com um idêntico, e Mariana convenceu-se de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina.

Inicialmente conhecido como “folore”, o dito bolo viria a dar início a um costume que celebra a amizade e a reconciliação.

Tradições de Norte a sul

O folar representa o final da Quaresma e do jejum, que a tradição católica propõe, sendo por isso presença obrigatória à mesa na época pascal. Um pouco por todo o país, é tradição que os padrinhos ofereçam um folar aos afilhados no domingo de Páscoa. A sua origem perde-se em tempos remotos.

Tradições à parte, a produção de folar inicia-se antes da Quaresma. Apesar do seu consumo aumentar significativamente na Semana Santa, há zonas do país onde os folares são consumidos durante todo o ano. Isto acontece porque existem muitas variedades de folares, quer doces, quer salgados.

Na região transmontana o folar é salgado, confeccionado com massa levedada, azeite, ovos, carnes e enchidos. O folar de Chaves, por exemplo, é consumido durante todo o ano. Já mais a sul, é costume o folar ser doce, sem recheio e, não raras vezes, incrustado de ovos cozidos.

Vejas as nossas receitas de folares: folar de ovosfolar de Chavesfolar de erva-docefolar de Aljezur.