Cabrito, sempre tenro

cabra foi um dos primeiros animais a serem domesticados, em 7000 a. C., no Médio Oriente. No entanto, a sua popularidade espalhou-se pela Europa e em Portugal não há festa de família que não tenha cabrito. Seja na Páscoa, no Natal ou até no Ano Novo, o certo é que no centro da mesa estará um tabuleiro com o apetitoso cabrito e batatinhas assadas.

Em Portugal existem seis raças autóctones deste animal: Algarvia, Bravia, Charnequeira, Preta de Montesinho, Serpentina e Serrana. Todas dão origem a uma carne de “altíssima qualidade”, como refere o nosso especialista Rui Duarte, há quase 13 anos no talho da loja de Santa Maria da Feira e grande apreciador de cabrito. Esta carne tem vitaminas do complexo B e minerais como o zinco, fósforo e potássio e apresenta uma textura suave e “amanteigada” que faz as delícias dos apreciadores. A pouca gordura normalmente existente pode facilmente ser retirada no prato, tornando a carne ainda mais magra.

O especialisté que sabe

Quando entrou para o Pingo Doce era apenas por seis meses, mas a experiência correu tão bem que ainda continua e com muito gosto. “O dia-a-dia com o cliente é o que mais gosto, mas também os desafios diários das vendas, de tudo”, confessa.

Cortador experiente, Rui Duarte não só percebe de carne como adora cozinhar. “Quando os clientes pedem receitas, os meus colegas vão logo chamar-me porque já sabem que gosto de experimentar receitas”, conta. Para Rui a melhor parte do cabrito é a mão. “Embora a carne de cabrito não seja seca, a mão é a melhor e mais tenra.” Apesar de se vender muito mais nas alturas festivas, o cabrito sai com regularidade até porque pode ser vendido às metades e aos quartos, uma grande vantagem para quem não planeia um grande banquete e apenas pretende um jantar mais reconfortante.

Como preparar

Apesar de haver mil e uma receitas, pois é uma carne muito versátil, entre nós a forma mais popular de cozinhar cabrito é no forno. Rui, um verdadeiro especialista nesta técnica, explica que não basta temperar e pôr no forno. “São precisos dois dias de preparação para que a carne seja cozinhada da melhor maneira. No primeiro dia o cabrito deve ficar a marinar em água, limão e louro “para eliminar algum excesso de gordura e tornar a carne ainda mais macia”. No segundo dia é a vez de temperar “com pimentão-doce, sal, alho e vinho branco”. Só no dia seguinte o cabrito deverá ir para o forno, de preferência acompanhado com umas “boas batatinhas assadas”. Palavra de especialista!

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