Sabe de onde veio o brinde “à sua saúde”? Da antiga Grécia, quando era habitual o anfitrião ser o primeiro a provar o vinho para assegurar aos convidados que este não estava envenenado.

Mas mesmo sem venenos, o brinde continua actual, já que não há dia em que não apareça um novo estudo a demonstrar os benefícios desta bebida tão nobre. Há uma pequena percentagem de pessoas que tem medo de vinho – chama-se enofobia – mas mostramos-lhe que não há mesmo razões para tal.

Benefícios do vinho ao longo da História

As suas origens são imemoriais. O Antigo Testamento diz que é Noé o primeiro a plantar uma vinha, mas de certo sabemos apenas que o vinho terá surgido depois dos homens se tornarem sedentários e que os vestígios mais antigos datam de cinco a seis mil anos a.C. Pode ter acontecido por acaso: um punhado de uvas amassadas deixadas a um canto e o processo de fermentação a ocorrer naturalmente…

Sabemos ainda que o vinho era sagrado desde cedo: os egípcios davam-no em oferenda aos deuses e era usado em celebrações pelos gregos e romanos, que o associaram ao deus Dionísio e Baco, respectivamente. Hipócrates, o pai da medicina ocidental, era um grande defensor do vinho, que usava para desinfectar feridas, aliviar as dores de parto das mulheres, tratar a diarreia e a astenia. Já o apóstolo Paulo, na carta a Timóteo, menciona o consumo ocasional e moderado de vinho para ajudar a digestão.

Sabia que? Nos tempos antigos beber vinho era mais seguro do que beber água, uma vez que não havia tratamento de águas e estas eram frequentes fonte de infecções?

Benefícios do vinho à luz da ciência moderna

Foi preciso esperar até ao século XX para dissecar as entranhas do vinho com espírito científico. Em 1940 foi isolado pela primeira vez o resveratrol, um fitoquímico produzido pelas plantas para combater fungos e bactérias, e que faz do vinho (e de outros alimentos como uvas, amendoins e mirtilos) um alimento com propriedades medicinais.

Não parou de ser estudado desde então, descobrindo-se que, além do resveratrol, o vinho tem outros componentes que fazem bem à saúde, como os taninos, as procianidinas e o ácido gálico.

Os suplementos não mostram ter a mesma eficácia do que os alimentos naturais, pelo que o ideal é fazer do consumo de alimentos benéficos, como vegetais, frutas e vinho em doses moderadas, uma parte do estilo de vida.

Benefícios do vinho

Sabia que para consumir a mesma quantidade de resveratrol presente num copo grande de vinho tinto precisaria comer 1 kg de uvas pretas?

Estes são alguns dos benefícios do vinho (em doses moderadas) mencionados em estudos recentes:
• Tem potencial quimiopreventivo em vários tipos de cancro, graças à acção do resveratrol
• Aumenta o “bom” colesterol (HDL) e baixa o “mau” (LDL)
• Tem efeitos anti-inflamatórios
• Tem propriedades antioxidantes e anti-envelhecimento
• Previne a demência. Um estudo publicado no The Journal of Neuropsychiatric Disease and Treatment concluiu que os consumidores moderados de vinho tinto tinham menos 23% de risco de ter demência
• É bom para a pele. Estudos mostram que consumir resveratrol pode ajudar a inibir o crescimento das bactérias do acne e outro mostrou que os flavonóides do vinho ajudam a proteger a pele dos danos do sol
• Contribui para a saúde cardiovascular, graças às procianidinas
• Ajuda a viver mais tempo, sugerem investigadores de Harvard
• Ajuda a reduzir em 30% o risco de diabetes tipo 2
• Pode ajudar a prevenir constipações
• Pode ajudar a reduzir a depressão

A dose certa

Afinal o vinho faz bem à saúde ou não? Vários estudos indicam que sim, que é benéfico. Faz parte, inclusivamente, da nossa Dieta Mediterrânica. No entanto, este é um dos casos em que mais não é melhor. O vinho deve ser consumido de forma moderada. Os efeitos benéficos do vinho serão maiores consumindo doses pequenas. E o que é uma dose moderada? Um copo de vinho por dia para as mulheres e dois para os homens.

SAIBA MAIS: desvende outros mitos sobre o vinho

Seja responsável, beba com moderação.