Há poucos frutos tão bonito e saudáveis como o kiwi. Excelente fonte de vitamina C, a sua cor viva faz-nos pensar em países tropicais, onde o calor aperta e as frutas têm cores alegres. No entanto, o kiwi não cresce em países tropicais uma vez que não aprecia nem muito calor, nem muita humidade. Precisa de algum frio e de um clima temperado e foi por isso que encontrou o lar perfeito em Portugal, na zona da Bairrada. Não só devido ao clima, mas também graças à dedicação dos produtores da Kiwicoop, que fornecem anualmente ao Pingo Doce cerca 620 toneladas do melhor kiwi do país e que pode encontrar na sua loja habitual.

Segundo Fernando Pinhal, presidente da Kiwicoop, a qualidade do fruto explica-se, em grande parte, com a região onde é criado. “Aqui faz-se colheita tardia, o que permite que o fruto crie açúcar ainda na árvore.  Este clima é o ideal para o kiwi, temperado e relativamente perto do mar.” Mas atenção, “a plantação não pode ser feita muito junto ao mar porque aí não há frio suficiente para a planta florir”, explica Manuel Simões dos Santos, engenheiro agrónomo e secretário da Kiwicoop. Parece estranho mas é o frio – a par com os raios de Sol do Outono – que faz com que o kiwi ganhe o grau de açúcar que é suposto ter.

Doce como nenhum outro

E como se sabe quando é que está bom para ser colhido? Através da análise do Brix, um teste que mostra o grau de açúcar do fruto.

Na Kiwicoop os kiwis só saem da árvore quando ultrapassam os 6,2 graus. Idealmente o valor tem de ser acima dos 6,5 para que depois de passar pelas câmaras de frio cheguem, pelo menos, aos 13 graus (valor mínimo) exigido pelo Pingo Doce. Assim, os consumidores podem ter a certeza de que estão a comprar frutos bem doces.

Outros pormenores que fazem do kiwi Pingo Doce um produto de excelência são as boas práticas agrícolas, que se traduzem numa série de medidas “que todos os produtores da Kiwicoop seguem”, como refere Fernando Pinhal.  Aqui, o destaque vai  para a não aplicação de adubos a partir de Julho, para não prejudicar os frutos, análises à água, terra e folha da planta para perceber quais as necessidades de cada pomar, evitar o uso de herbicidas – optando, em vez disso, por moer as ervas do solo, transformando-as em matéria orgânica, e poupando desta forma o ambiente.

Parceria total

Todos estes processos são garantidos por um apoio técnico constante prestado ao produtor, por parte da própria Kiwicoop, e pelo apoio do Pingo Doce à cooperativa, numa parceria que dura desde 1992. Esse controlo permite que a produção seja homogénea e que não haja surpresas desagradáveis quando o kiwi chega à mesa do consumidor.

A apanha do fruto acontece durante o mês de Novembro e na primeira semana de Dezembro. Depois disso, a árvore entra numa espécie de hibernação até ao início de Março. Durante esse período, os produtores tratam dos solos, desinfectam-nos contra potenciais doenças e podam as plantas. “É precisa muita atenção, dedicação e fazer tudo nos timings certos”, explica Fernando Pinhal. No fundo, a qualidade dos kiwis é uma questão de orgulho: “É a vaidade de produzir bem”, garantem os representantes da Kiwicoop.

Depois de colhido, ainda verde (tal como a pêra, o kiwi é um fruto que não amadurece na árvore) é pesado e identificado. Passa para as câmaras de frio, para que o grau de açúcar aumente. Depois é calibrado (só os de tamanho mais homogéneo vão para o mercado) e embalado. Dali seguem em camiões refrigerados até ao Pingo Doce e finalmente para a sua fruteira. Os que ficam à espera da sua vez de viajar são guardados em câmaras de atmosfera controlada que permitem que o fruto se mantenha saudável até Julho.

Uma cooperativa pioneira

Foi na década de 80 que começaram a surgir pomares de kiwis na zona da Bairrada. As plantas cresciam bem e os produtores perceberam que estaria ali uma oportunidade. Em 1988 foi o grande ano das plantações de kiwi e o entusiasmo fez com que 50 produtores fundassem a Kiwicoop. Hoje são 400 produtores, 250 dos quais associados, e seis mil toneladas de kiwis por ano. Em 2006 a empresa ganhou o Prémio Anual de Agricultura no Sector da Comercialização, do Ministério da Agricultura e em 2009 foi-lhe atribuído o prémio PME Líder.

Actualmente, integra 45 trabalhadores durante a fase de campanha (começa na colheita e termina na expedição da fruta) e 30 no resto do ano. Uma das suas exigências é a de que os trabalhadores sejam todos da zona da Bairrada para que assim sejam criados mais postos de trabalho.

Está verde. E agora? 

Em lugar fresco, o kiwi conserva-se durante duas a três semanas. Se o mantiver à temperatura ambiente ele amadurecerá ao seu ritmo. Se quiser que amadureça depressa,  (mas não o deixe ficar com a casca enrugada) coloque-os junto de maçãs ou peras. O etileno libertado vai acelerar o processo de maturação do kiwi. Para comprovar se está pronto a consumir, basta pressionar o kiwi suavemente com os dedos. Se ceder, está no ponto.

O nome do kiwi

Em latim é conhecido como Actinidia deliciosa (o segundo nome diz tudo) e, ao contrário do que se pensa, é originário da China. A Nova Zelândia foi o primeiro país para onde se expandiu e foi lá que foi baptizado de kiwi, em homenagem a um pássaro típico do país cujo corpo redondo e penugem castanha se assemelha à casca do kiwi. É um dos frutos com maior teor de vitamina C.

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